Covid-19 pode diminuir produção de testosterona, aponta pesquisa da Unesp
29/09/2025
(Foto: Reprodução) Pesquisa da Unesp descobre que a Covid-19 pode diminuir produção de testosterona
Pesquisadores da Unesp de Araraquara (SP) desenvolveram um estudo que descobriu como a Covid-19 age para diminuir a produção de testosterona, hormônio essencial para o corpo humano.
Eles identificaram que uma proteína se liga ao vírus, que vai crescendo e se espalhando, o que diminui a quantidade do hormônio no organismo.
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A pesquisa também descobriu que os pacientes tinham uma queda no colesterol, principalmente o HDL, o chamado colesterol bom, importante nas funções do organismo para evitar o acúmulo de lipídio, ou seja, de gordura nas artérias.
"A gente conseguiu observar que algumas proteínas que estavam relacionadas a esse metabolismo lipídico, estavam aumentadas. Mostra que o vírus ele fez a célula parar de produzir a testosterona, e começou a usar essa maquinaria de lipídios para benefício próprio, para a produção de novas cópias do próprio vírus", afirmou o pesquisador André Acácio Souza da Silva.
Isso, segundo o pesquisador, pode ajudar a explicar o motivo de mais homens terem morrido pela doença do que mulheres, que também produzem testosterona, porém em menor quantidade.
"Homens expressam mais a IC2, quando comparado a mulheres, então os homens têm mais presença desse receptor para o vírus", afirmou André.
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Pesquisadores da Unesp de Araraquara identificaram como a Covid-19 pode diminuir produção de testosterona
Leandro Vicari/EPTV
De acordo com o autor do estudo, Salmo Azambuja de Oliveira, a redução da testosterona pode trazer alguns agravantes na saúde do homem, entre eles a infertilidade.
"A testosterona é essencial para formação de um espermatozoide normal, saudável, tanto estruturalmente quanto funcionalmente íntegro. Então, quando os níveis de testosterona caem, consequentemente, a espermatogênese, que é o processo de produção de espermatozoide, ela é prejudicada", explicou Oliveira.
A testosterona não está ligada somente à fertilidade. Ela é um hormônio que atua em várias funções no corpo masculino, como manter os músculos fortes, o sistema imunológico saudável e o bom funcionamento do coração também.
"Cartilagens e outros órgãos e tecidos. Esses pacientes que tiveram Covid deve ter uma avaliação do perfil hormonal", disse a pesquisadora Estela Sasso Cerri.
A pesquisa foi publicada na revista científica internacional Frontiers e o próximo passo agora é identificar medicamentos que possam controlar os efeitos da Covid nesse hormônio tão importante.
"Já tem estudos mostrando que tem alguns fármacos que são inibidores dessa proteína, é uma enzima que ativa esse metabolismo lipídico que o vírus ativa. Então, inibindo essa enzima, seria possível inibir a replicação viral no interior dessas células produtoras de testosterona", destacou.
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