Casos de violência contra crianças aumentam em 4 cidades da região; denúncias ajudaram a salvar vítimas
26/09/2025
(Foto: Reprodução) Saiba como e quando denunciar casos de violência contra a criança
Imagens fortes mostram a mãe agredindo filha de 5 anos em Matão (SP) com capacete e chutes. Em Rio Claro, quatro irmãs foram resgatadas em situação de extremo abandono. Em ambos os casos, registrados neste mês, denúncias garantiram o resgate das vítimas.
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De acordo com dados do Disque 100, canal nacional de denúncias de violações de direitos humanos, o número de denúncias de maus-tratos a crianças cresceu nas quatro maiores cidades da região. Só em São Carlos, os casos aumentaram mais de 50% neste ano.
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A presidente da Comissão de Infância e Juventude da OAB em São Carlos, Eliana Angélica Bonk, informa que qualquer suspeita de maus-tratos deve ser denunciada, mesmo quando não há sinais físicos.
“Existem violências visíveis, como hematomas, arranhões, queimaduras, mas também há as que atingem o psicológico da criança. Bullying, humilhações, negligência e tudo isso precisa ser relatado”, afirma Eliana.
Números preocupantes
Casos de violência têm se tornado cada vez mais comuns e difíceis de combater, principalmente por acontecerem dentro do ambiente doméstico, onde há poucas testemunhas.
Eliana Bonk reforça que as denúncias podem ser feitas de forma anônima, sem risco para o denunciante.
São Carlos: de 199 denúncias em 2024 para 305 em 2025 — aumento de 53,2%
Araraquara: de 205 para 264 — crescimento de 28,7%
Rio Claro: de 285 para 368 — alta de 29,1%
Araras: de 90 para 121 — aumento de 34,4%
Meninas resgatadas em Rio Claro
Polícia vai ouvir mãe e tio de crianças abandonadas em casa com ratos e baratas em Rio Cla
Em Rio Claro, quatro meninas, com idades entre 8 e 13 anos, foram encontradas pela Guarda Municipal em situação de abandono. As crianças estavam desnutridas e com fome. Duas delas apresentavam sinais de sarna.
Segundo a polícia, a casa estava em condições precárias. A denúncia foi feita por uma vizinha. As meninas também foram encaminhadas ao Conselho Tutelar e estão sob cuidados de proteção.
Violência chocante em Matão
Mãe agride filhas de 2 e 5 anos com capacete e chutes em Matão
Em Matão, o caso aconteceu no dia 13 de setembro e está sendo investigado pela Polícia Civil como lesão corporal e maus-tratos. Nas imagens, a mulher aparece arremessando um capacete contra a criança, que é atingida. Em seguida, ela arrasta a menina pelos cabelos e a empurra. As agressões só cessam quando algumas pessoas se aproximam e tentam conter a mulher.
A denúncia foi feita pela babá das crianças, que levou o caso à delegacia. As meninas foram imediatamente afastadas da mãe e estão atualmente sob medida protetiva.
Canais de denúncia
Quem presencia ou suspeita de agressões, abusos ou negligência contra crianças pode acionar:
Disque 100 – Central Nacional de Denúncias de Violação dos Direitos Humanos (funciona 24h)
Polícia Militar – 190
Guarda Civil – 153
Ministério Público
Conselho Tutelar da cidade
O que diz a lei?
Criança com mão no rosto
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) proíbe qualquer forma de negligência, violência, crueldade ou opressão contra menores. Em casos mais graves, a Justiça pode determinar medidas de proteção, como o afastamento dos responsáveis legais, suspensão do poder familiar e até a internação em abrigos.
Essas medidas são tomadas em conjunto com o Conselho Tutelar, Ministério Público e outros órgãos do Poder Executivo. Em situações de emergência, o Conselho pode agir de forma imediata para proteger a criança.
Denunciar salva vidas
Violência contra menores representa 42% das denúncias ao Disque 100 na região de Jundiaí
A principal forma de combater esse tipo de violência é denunciando. Especialistas alertam que o medo ou receio de se envolver não pode se sobrepor à urgência de salvar uma vida em risco.
“Entendemos que muitas pessoas têm medo de denunciar, mas a identidade é sempre preservada. E a denúncia pode ser o único caminho para tirar uma criança do ciclo de violência”, conclui Eliana.
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